O presente trabalho, ao estudar o revival gótico e o medievalismo
presentes na história, na arquitetura e nas artes da Inglaterra do
século XIX, examina as estratégias de interpretação do passado histórico
presentes na cidade industrial. Analisando o paradigma da cidade de
Manchester como a cidade industrial por excelência, este trabalho
observa a criação de um discurso sobre o passado local, intensificado
quando da edificação da nova prefeitura da cidade e das escavaçóes das
ruínas romanas em sua região central. Procede-se a uma análise do
movimento neogótico, a partir da historiografia da época e posterior,
questionando as idéias de
sobrevivência, de revival e de historicismo na arquitetura. Centrando-se
nas figuras de A.W.N.Pugin, John Ruskin e William Morris, o presente
trabalho observa identidades entre o revival e o movimento Arts and
Crafts, especialmente na questão do ornamento e da celebração da
habilidade do artífice. Por fim, considerando-se o neogótico e o
medievalismo em sua forma mais ampla, oferece-se
uma explicação que se move em duas frentes: a criação das cidades de
industriais e das cidades-jardim entendidas como um retorno à idéia de
comunidade medievalizada que projeta o passado para o futuro; e o
surgimento das primeiras sociedades de preservação do patrimônio na
Inglaterra, atribuindo significados históricos à sua aversão ao restauro
dos edificios e à sua defesa do passado
tangível das ruínas, as quais indicam a permanência do passado no
presente.
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