No dia em que Porto Alegre completa 239 anos, sábado, 26, a caminhada
orientada Viva o Centro a Pé vai percorrer a Arte Cemiterial da
cidade, um verdadeiro museu a céu aberto, com roteiro pelos cemitérios
da Santa Casa e Evangélico.
Com saída às 10h do totem do Caminho dos Antiquários, na Demétrio
Ribeiro em frente a Praça Daltro Filho, no encontro das ruas Coronel
Genuíno e Marechal Floriano, o passeio será orientado pela pesquisadora
da Arte Funerária, professora Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho, Mestre
em Artes Visuais pelo IA/UFRGS, Especialista em Patrimônio Cultural
pelo IAD/UFPel, membro fundador da Associação Brasileira de Estudos
Cemiteriais (ABEC) e integrante da Association of Gravestone Studies
(Massachusetts – USA).
Inscrições - As inscrições devem ser feitas pelo e-mail vivaocentroape@gmail.com.
Para participar, basta doar alimentos não perecíveis, que serão
encaminhados a instituições do Município. Outra opção é a doação de
ração para cães e gatos, que será distribuída por meio do Programa de
Bem-estar Animal da Prefeitura. Existem caixas para o recolhimento no
ponto de saída das caminhadas. Outras informações pelo telefone
3333-1873 ou pelo site www.portoalegre.rs.gov.br/vivaocentro. As vagas são limitadas.
Os cemitérios de Porto Alegre reúnem mais de 300 obras ornamentando
capelas, mausoléus, jazigos, monumentos e túmulos, produzidas em
especial entre 1900/1940. Nesses locais são encontradas obras de grandes
artistas europeus ou artesãos locais. Elas relatam histórias e adornam
a eternidade de personalidades, algumas conhecidas, outras anônimas.
As figuras ornamentais simbolizam a Fé, a Esperança, a Caridade, a
Justiça Divina, o Juízo Final, a Ressurreição, e os sentimentos humanos
diante da morte.
Roteiro – No cemitério da Santa Casa, destaque para o
jazigo de Júlio de Castilhos, importante líder político do início do
século XX. Nele, a pátria é simbolizada por uma figura feminina que
carrega a bandeira nacional. É decorado com o lema positivista: “Os
vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos”, uma aula de
como os positivistas encaravam a morte e a vida política. No jazigo de
Pinheiro Machado, outro líder político gaúcho, o conjunto escultórico é
ornado com crianças, simbolizando as gerações futuras, e um baixo
relevo, onde está representada a marcha da humanidade. No túmulo do
músico Vítor Matheus Teixeira, o Teixeirinha, famoso compositor de
músicas regionais, há uma escultura do cantor em tamanho natural, um dos
raros conjuntos produzidos após 1950. O túmulo de Iberê Camargo, mais
adiante, destaca-se pela arte enxuta e despojada.
No cemitério Evangélico, o túmulo de Rubem Berta, fundador da Varig, a
alegoria apresenta Ícaro, figura mitológica, que constrói asas com as
quais procura voar. Na escultura as asas são em mármore branco,
resultando em um belo efeito. Luiza explica que existem ícones evidentes
na arte tumular: uma tocha voltada para baixo significa a morte, a
figura da papoula sugere o sono eterno, o leão agrega uma ideia de força
à figura do morto.
Com duração de duas horas, ao roteiro do Viva o Centro a Pé é uma
promoção da Secretaria do Planejamento Municipal (SPM), da Cultura
(SMC), Turismo (SMTUR), Programa Viva o Centro e Gabinete da Primeira
Dama, com apoio da Carris. Em caso de chuva será transferido para o
sábado seguinte.
Rethalahad o do site: http://www.defender.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário