AGENTES FÍSICOS
Considera-se como agentes físicos, efeitos ambientais e climáticos que incidem sobre os suportes em papel causando danos aos mesmos como: os efeitos da luz (natural ou artificial), da temperatura e da umidade que podem ocorrer isoladamente ou de maneira combinada.
Iluminação
Apesar da necessidade de se ter uma boa iluminação nas bibliotecas, a luz natural ou artificial não deve incidir diretamente sobre o acervo, pois é capaz de fragilizar e induzir ao processo de envelhecimento do papel. Além da radiação visível, o ultravioleta e o infravermelho são dois outros tipos de radiação nocivos ao papel. O controle de radiações pode ser feito através da adoção de: cortinas, persianas, brise –soleil, filtros protetores nas janelas (insufilm) e lâmpadas além de filtros refletores de calor, existindo no mercado medidores de UV de uso simples. Até o momento não existe uma lâmpada que ilumine sem danificar o material, por isso as medidas de proteção têm evoluído através de contínuos estudos realizados por profissionais especializados no assunto. A literatura (RUTHERFORD, 1990) recomenda que o limite de radiação ultravioleta tanto para acervos quanto para leitura seja de 75UV (mw/lumen).
Temperatura e umidade
O ambiente da biblioteca necessita de boas condições térmicas, com controle interno de temperatura, para oferecer agradáveis condições nas salas de consulta, serviços e boa preservação dos acervos. A temperatura e a umidade são fatores climáticos cujas oscilações são responsáveis, em grande parte, pela deteriorização do acervo em papel, além de facilitar o desenvolvimento de microorganismos, insetos e até roedores. Deve-se manter a temperatura entre 19º a 23º centígrados e a umidade relativa do ar entre 50% a 60% ( ideal 55%) . O controle da umidade e temperatura nos locais de guarda de acervo deve ser medido através de aparelhos específicos como:
· aparelho de ar-condicionado que ajuda o controle de temperatura do ambiente;
· higrômetro, que mede a umidade relativa do ar, termo-higrômetro, que mede a temperatura e a umidade, e
· desumidificador, que retira a umidade do ambiente.
O calor danifica os materiais, a umidade facilita a proliferação de fungos e de insetos e a poeira suja e favorece o aparecimento de fungos. A ventilação deve ser garantida, assim como a circulação do ar, por sistemas de ventilação e através de filtros de alta qualidade. O ar deve ser constantemente renovado, com janelas dimensionadas e posicionadas adequadamente, sem corrente direta, mas proporcionando a devida movimentação do ar. Deve ser evitada a conjunção temperatura elevada/umidade. A ventilação natural ou forçada (ventiladores) controla simultaneamente a temperatura e a umidade e deve ser usada na falta dos equipamentos
recomendados. Para documentos guardados em arquivos e ambientes pequenos é recomendado o uso de sílica gel em forma de pedra.
Para isso, tem-se os seguintes recursos:
Conservação Preventiva – atua na deterioração do acervo com o objetivo de prevenir danos. São práticas de proteção. Inclui o monitoramento das condições ambientais, higienização, procedimentos de manutenção e planejamento de desastres.
Conservação Corretiva – serve par remediar a deterioração física ou química. É o processo de utilização da mão de obra especializada por profissionais altamente qualificados, em consequência os custos são altos e a aplicação se limita a partes selecionadas do acervo.
Para assegurar uma longa vida útil para o acervo como um todo, o método mais eficiente em relação aos custos e aumentar sua longevidade é prevenir, da melhor forma possível, a sua deterioração. Assim, o planejamento da preservação, não deve ser visto como um elemento novo, mas como um componente das operações e responsabilidades da Instituição.
Rethalhado do Manual de Conservação de Acervos Bibliográficos da UFRJ
Junho de 2004
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